Eduardo Schiavoni
Do UOL, em Americana (SP)
A prefeitura de Indaiatuba, cidade de 200 mil habitantes na região de Campinas, já iniciou processo para retirar água do rio Jundiaí. O próximo passo é determinar quanta água será captada do manancial. Atualmente, a cidade retira água dos rios Capivari-Mirim e Piraí, além de outros ribeirões e córregos de pequeno porte. A água do Jundiaí irá complementar o abastecimento.
De acordo com a prefeitura, investimentos em despoluição realizados ao longo da bacia nos últimos 20 anos melhoraram a qualidade da água, principalmente no trecho entre Itupeva e Jundiaí. O projeto de despoluir o rio Jundiaí começou na década de 80, quando as cidades no entorno do curso do rio passaram a tratar o esgoto que era despejado na água. "Estamos enfrentando a pior estiagem dos últimos 90 anos, e o uso do Jundiaí é de extrema importância para Indaiatuba", disse o prefeito da cidade, Reinaldo Nogueira.
Já Nilson Gaspar, superintendente do Saee (Serviço Abastecimento de Água e Esgoto), diz que, além do relatório da Cetesb que atesta a qualidade da água do rio, foram realizados ensaios de tratabilidade com base na Portaria 2914/2011, do Ministério da Saúde, que demonstraram que após tratamento, a água do rio Jundiaí pode ser utilizada para abastecimento público. "É importante ressaltar que o Saae possui um laboratório credenciado pela ISO 17025, do Inmetro, e distribui água potável à população com qualidade e dentro dos padrões exigidos pela legislação".
O professor Wilson Jardim, autor de um estudo que mediu o impacto de substâncias químicas presentes nos mananciais da região de Campinas, acredita que, com a melhoria na qualidade da água, aliada a um tratamento eficiente, a água pode ser consumida sem problemas pela população. "Se há ausência de metais pesados e a qualidade melhorou, essa é uma opção válida", diz.
Repercussão
Entre a população, a ideia de consumir a água do Jundiaí não tem grandes adeptos. A comerciante Josefa Aparecida Salles, 42, disse que o local ainda é muito poluído. "Não gosto nem de comer o peixe, imagina beber a água. Acho que vai ser preciso muito produto químico para tratá-la", avalia.
Já o estudante Artur Figueira Santos, 21, acredita que, mesmo poluído, o rio pode ajudar no abastecimento. "Eles não iam permitir a retirada de água para abastecimento se houvesse riscos. Em tempos de seca, com os rios cada vez mais secos, pode ser necessário usar essa água, e vai ajudar", disse.
Fonte: UOL Noticias
Foto: Wikipédia