Um levantamento divulgado nesta terça-feira (2), segundo dia da Conferência do Clima da ONU, em Lima, aponta que as Filipinas foram o país mais afetado por desastres naturais em 2013, devido à passagem do supertufão Haiyan, que matou ao menos 6 mil pessoas e causou perdas equivalentes a US$ 13 bilhões na economia.
Os dados fazem parte do Índice de Risco Climático Global, da organização Germanwatch, que chega este ano à décima edição e avaliou 182 países. Foram analisados quatro indicadores: número de mortes, total de óbitos a cada grupo de 100 mil pessoas, perdas do poder de compra e prejuízo no Produto Interno Bruto (PIB).
Outros nove países mais afetados por tragédias naturais no ano passado foram Camboja, Índia, México, São Vicente e Granada, Paquistão, Laos, Vietnã, Argentina e Moçambique.
A Índia, por exemplo registrou 7.437 mortes após a passagem do tufão Phailin, enquanto que a Argentina enfrentou enchentes recordes em abril de 2013, além de forte estiagem no mesmo ano. O Brasil ocupa a posição 36 do levantamento, com 111 mortes, segundo o estudo.
Herelson Alvarez, ministro da Reforma Agrária das Filipinas, disse que a lista é um sinal claro para que as negociações deixem de caminhar a passos vagarosos e se acelerem, a tempo de reduzir os efeitos da mudança climática. “Não é um dilema americano, chinês ou europeu, é um dilema da espécie humana”, disse ele, referindo aos países do bloco desenvolvido, conhecidos como emissores históricos de gases de efeito estufa.
Diplomatas e cientistas estão reunidos em Lima até o dia 12 de dezembro para obter um rascunho inicial de um acordo multilateral que vai obrigar as nações a diminuir as emissões a partir de 2020. O objetivo é conter a elevação da temperatura do planeta em até 2ºC para evitar alterações no clima que culminem em desastres naturais.
Análise de 20 anos – O levantamento apontou também que entre 1994 e 2013, Honduras, Mianmar e Haiti foram as nações mais prejudicadas por fenômenos extremos e que dos dez países mais afetados por desastres, nove deles são considerados em desenvolvimento. Nesse período, o Brasil ficou na posição 78, com 159 mortes nas duas décadas.
Além disso, cerca de 530 mil pessoas morreram em consequência de 15 mil eventos extremos registrados no período. O prejuízo total no período foi de US$ 2,2 trilhões.
“Queremos sair dessa lista a curto prazo, mas só Deus sabe como serão os próximos anos. Estamos aqui tratando de denunciar que precisamos acessar os recursos do Fundo Verde do Clima para podermos ter uma produção sustentável contra a mudança climática, cujos efeitos persistem por 20 anos em nosso país”, disse Carlos Fasquelle, vice-ministro de Ambiente e Minas de Honduras.
Fonte: G1
Foto: Tufão Haiyan devastou região central das Filipinas/Divulgação