terça-feira , 19 março 2024
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ESG e a Matriz de Rumsfeld

Por Decio Michellis Jr.

Existem incógnitas desconhecidas.
Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier.” (Provérbio Chinês)

Matriz de Rumsfeld

“Relatos que dizem que algo não aconteceu são sempre interessantes para mim, porque como sabemos, existem conhecidos conhecidos; Há coisas que sabemos que sabemos. Também sabemos que existem incógnitas conhecidas; isto é, sabemos que há algumas coisas que não sabemos. Mas também existem incógnitas desconhecidas – aquelas que não sabemos que não sabemos. E se olharmos ao longo da história do nosso país e de outros países livres, é a última categoria que tende a ser a mais difícil.” [“Reports that say that something hasn’t happened are always interesting to me, because as we know, there are known knowns; there are things we know we know. We also know there are known unknowns; that is to say we know there are some things we do not know. But there are also unknown unknowns—the ones we don’t know we don’t know. And if one looks throughout the history of our country and other free countries, it is the latter category that tends to be the difficult ones.”] (Donald Rumsfeld)

Esta declaração é uma resposta que o ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, deu a uma pergunta em uma coletiva de imprensa do Departamento de Defesa dos EUA (DoD) em 12/02/2002, sobre a falta de evidências ligando o governo do Iraque com o fornecimento de armas de destruição em massa a grupos terroristas.

A declaração tornou-se alvo de muitos comentários. Em The Decision Book (2011), o autor Mikael Krogerus refere-se a ela como a “Matriz de Rumsfeld”. No documentário de 2013, The Unknown Known, dirigido por Errol Morris a declaração também aparece em.

De forma sintética podemos representar a Matriz de Rumsfeld conforme a figura abaixo: 

É uma ferramenta para acentuar o pensamento, classificando, hierarquizando e definindo o conhecimento de um tomador de decisão sobre uma determinada situação – separando o fato da ficção e o concreto do abstrato. A matriz é guiada pela perspectiva e pela experiência. O que é conhecido por mim pode não ser conhecido por outros de várias maneiras.

A Matriz de Rumsfeld, é uma das várias matrizes desenvolvidas por empresas de avaliação de risco para resolver a questão das incógnitas desconhecidas. A matriz ajuda a aguçar o seu pensamento e a separar os fatos da ficção. Entre as decisões estratégicas está uma questão simples, mas nem sempre fácil de responder: “O que devemos fazer e por quê?”

Com a ascensão das práticas ESG (governança ambiental, social e corporativa) é oportuno considerar a Matriz de Rumsfeld na gestão de riscos associados às ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG.

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“A governança ambiental, social e corporativa (ESG – do inglês Environmental, Social, and Corporate Governance) é uma estrutura projetada para ser incorporada à estratégia de uma organização que considera as necessidades e formas de gerar valor para todas as partes interessadas da organização (como funcionários, clientes e fornecedores e financiadores)” (Wikipedia). Em tese permitiria avaliar os riscos e oportunidades materiais (avaliação de valor) relacionados à sustentabilidade (em relação a todas as partes interessadas) relevantes para uma empresa ou organização com maiores retornos ajustados ao risco de longo prazo. Inclui entre outras, as seguintes dimensões:

  • Ambiental: foco nas mudanças climáticas, emissões de gases de efeito estufa – GEE, redução da biodiversidade, desmatamento, poluição, eficiência energética e gestão da água.
  • Social: condições de trabalho saudáveis e seguras, trabalho forçado, licença parental, segurança e saúde dos colaboradores, diversidade, igualdade de gênero, saúde mental, equidade e inclusão, condições de vida saudáveis, resultados no aumento da satisfação do cliente e comprometimento dos funcionários.
  • Governança: combate à corrupção, diversidade, privacidade, remuneração executiva, segurança cibernética e governança corporativa.

Os profissionais de sustentabilidade e ESG acreditam no trabalho que realizam e procuram fazer deste mundo um lugar melhor para se viver. As estruturas ESG/Sustentabilidade podem ajudar as empresas a evitar vários riscos reputacionais, políticos e até financeiros, impulsionando valores de longo prazo para o acionista. “Qualquer um que deseja que o mundo seja um lugar melhor, deve conseguir pensar como um economista” (Diane Coyle).

Paradoxalmente estamos vivendo numa “ordem baseada na realidade” apresentada como oposição à “ordem baseada em regras”. As soluções nem sempre emergem do estudo criterioso da realidade discernível. Um número crescente de empresas (inclusive no Brasil) está se libertando dos benefícios irrelevantes e inoportunos das práticas do:

  • Bluewashing: marketing enganoso exagerando o compromisso de uma empresa com práticas sociais responsáveis, tem um foco maior em fatores econômicos e sociais (escondendo o dano social que suas políticas causaram). A desinformação ativa é utilizada para tornar produtos ou serviços mais atraentes para os consumidores e para os acionistas.
  • Greenwashing (uma demão de verde): uma forma de publicidade ou marketing em que o verde é usado ​​enganosamente para persuadir os consumidores de que a empresa produtos, objetivos e políticas são ecologicamente corretos.
  • Climatewashing: exagero ou deturpação das credenciais climáticas por meio de publicidade, marca, rotulagem ou relatórios que não correspondem à realidade. O marketing corporativo e as campanhas governamentais que prometem “emissões líquidas zero até 2050” não são apoiadas por um plano confiável. Igualmente para produtos que são promovidos como “neutros em carbono” ou “amigos do clima” quando não o são. Também inclui bancos e investidores que afirmam financiar um “futuro mais limpo” quando isso não é necessariamente verdade. Fraudadores de créditos de carbono ou de fontes duvidosas idem. Enfim todos aqueles infratores que capitalizam a ansiedade climática. Estão oferecendo aos sinalizadores de virtude uma oportunidade de economizar dinheiro. Sinalização de virtude com preço reduzido, of course.
  • Socialwashing: a tradicional filantropia empresarial travestida de responsabilidade social podendo incluir incentivos fiscais, mecenato, doações e ou participação em programas sociais.

Seguem outros exemplos de “lavagem verde” extraídos e adaptados do relatório sobre greenwashing do think tank ambiental Planet Tracker. Acesse aqui o material.

  • Greencrowding: esconde o dano ambiental por corporações que se agrupam em uma corrida coletiva para a linha de fundo (transferindo a responsabilidade para o consumidor e negligenciando sua cota parte), onde suas metas ambientais são baixas e param o máximo possível antes de agir.
  • Greenlighting: é uma tática de comunicação que destaca um programa ou produto relativamente pequeno para desviar a atenção de atividades ou produtos em outras partes da empresa que são prejudiciais.
  • Greenshifting: é quando as marcas transferem a culpa por uma deficiência ambiental para longe de si mesmas e para os consumidores.
  • Greenlabeling: acontece quando os profissionais de marketing rotulam intencionalmente um produto ou serviço como ecologicamente correto quando não é.
  • Greenrinsing: refere-se a deslocar metas ambientais, sociais e de governança (ESG) antes que as metas possam ser alcançadas.
  • Greenscamming ou astroturfing: é a criação de organizações de fachada que se parecem com organizações populares legítimas, governamentais ou sem fins lucrativos. Essas entidades falsas ocultam seus membros que se beneficiam da extração de recursos naturais, mas por motivos jmoralmente “indefensáveis”.

Os riscos ESG mais comuns (não necessariamente nesta ordem): a Matriz de Rumsfeld a Matriz de Rumsfeld

  • Água e recursos marinhos;a Matriz de Rumsfeld a Matriz de Rumsfeld a Matriz de Rumsfeld
  • Colaboradores da empresa;
  • Comunidades afetadas;
  • Conduta de negócio;
  • Conformidade com leis e regulamentos relevantes;
  • Consumidores e usuários finais;
  • Desigualdades sociais;
  • Dever de cuidado;
  • Greenwashing;
  • Mitigação do impacto das mudanças climáticas e o caminho para o Net zero;
  • Perda de biodiversidade;
  • Poluição;
  • Práticas ambientais;
  • Práticas antissuborno e corrupção;
  • Respeito pelos direitos humanos;
  • Trabalhadores na cadeia de valor;
  • Uso de recursos e economia circular; e
  • O que ESG deveria ser.

Embora a maioria das empresas tenha assumido algum nível de comprometimento, há muito menos evidências de que as empresas implementam sistematicamente seus compromissos ESG. “Fora da vista está fora da mente”.

O Desastre da Bud Light

Dylan Mulvaney (26 anos) é uma atriz, comediante e personalidade americana do TikTok. Ela é conhecida por detalhar sua transição de gênero em vídeos diários na plataforma de mídia social TikTok desde o início de 2022. Em abril de 2023 tinha mais de 10 milhões de seguidores no TikTok, e sua série de vídeos, Days of Girlhood (Dias de Adolescência Feminina em tradução livre), recebeu mais de um bilhão de visualizações. Dylan considera que a razão de seu sucesso é ser 100% autêntica. “Aprendi que para cada vitória que você tiver, terá cem derrotas. Você não pode deixar que isso o deixe cansado e negativo em relação ao mundo ou à indústria. Toda vez que algo não sai do meu jeito, ao invés de amaldiçoar minha sorte, encontro caminhos que a fortaleceram e passo para o próximo objetivo. Para quem deseja entrar na indústria do entretenimento, recomendo ser o mais gentil consigo mesmo e o mais autêntico possível. As vezes em que tive sucesso foram porque eu era eu mesmo sem remorso e as pessoas podiam dizer. E perdi quando fingi ser algo que não era. Seja você!” (Dylan Mulvaney)

O mundo corporativo não recebe bem este princípio de “para cada vitória que você tiver, terá cem derrotas”. Em 01/04/23 foi anunciado a parceria de Mulvaney com Bud Light, provocando um boicote e derrubando US$ 24 bilhões em capitalização de mercado em apenas 13 dias. Embora os responsáveis provavelmente esperassem alguma reação conservadora, a resposta foi esmagadora e destruiu a marca, com as vendas caindo drasticamente.

Alissa Heinerscheid, vice-presidente de marketing da Bud Light foi contratada em junho de 2022 com a missão autodeclarada de renovar a imagem da Bud Light e tornar a cerveja menos ‘fratty’. Ela foi primeira mulher a chefiar o marketing daquela que é considerada a maior marca de cerveja do mundo. “O que preciso fazer é ajudar esta marca a evoluir … este é o meu ponto de paixão”. Ela queria mudar da imagem de festa de fraternidade “sem noção” para uma de “inclusão”. “Então, eu tinha esse mandato super claro. É como se precisássemos evoluir e elevar essa marca incrivelmente icônica. O que significa evoluir e elevar? Significa inclusão. Significa mudar o tom. Significa ter uma campanha verdadeiramente inclusiva e que pareça mais leve, brilhante e diferente. E apela para mulheres e homens. E a representação está no centro da evolução. Quero dizer, Bud Light tem sido uma espécie de fraternidade, meio que fora do humor, e era muito importante que tivéssemos outra abordagem.” (Acesse aqui a notícia completa) A marca foi irreparavelmente destruída pela simples razão de que ela acreditava ter o mandato de vender aos clientes o que ela queria, em vez de dar a eles o que eles gostariam de comprar. Heinerscheid foi substituído pelo vice-presidente de marketing global da Budweiser, Todd Allen.

A natureza exata desse erro é o que torna esse (in)acidente tão fascinante e significativo, já que as pessoas que supervisionavam esse esforço de marketing não estavam tentando vender mais cerveja.

A Anheuser-Busch estaria simplesmente reagindo a incentivos como o “índice de igualdade corporativa”, supervisionado pela Human Rights Campaign, (que é o “maior grupo de lobby político LGBTQ+ do mundo”) e ter uma boa pontuação de crédito social.

Aparentemente ninguém na Bud Light tinha a menor ideia de que muitos de seus clientes se oporiam ao transexual “influenciador” Dylan Mulvaney colocando sua foto em latas de Bud Light e servindo como agente de marketing. “Este mês comemorei meus 365 dias de feminilidade e a Bud Light me enviou possivelmente o melhor presente de todos os tempos – uma lata com meu rosto”, disse Mulvaney no vídeo. (Acesse aqui o vídeo), observando seu marco de transição no final do ano.

Apenas algumas latas foram produzidas e enviadas como presente para Mulvaney, mas assim que as fotos de Mulvaney foram disponibilizadas online com seu rosto reproduzido em um produto que muitos homens que bebem cerveja, na mente de vários consumidores (que colocam diretamente na boca e engolem) uma conotação homossexual foi anexada ao produto.

Eles se viram financiando e promovendo a ideologia transgênero radical. Leais (?) legiões de clientes da Bud Light passaram a boicotar a marca. A Bud Light era há muito a marca de cerveja número um nos EUA antes do massacre de Mulvaney. As vendas caíram 50-70%. Agora há preocupação dentro da empresa de um boicote cada vez maior a todas as suas marcas. O esforço da Bud Light no controle de danos não foi bem-sucedido até o momento. Robert Lachky, cujos anúncios na década de 1990 ajudaram a Budweiser a se tornar a cerveja mais popular da América, disse que duas décadas de trabalho foram arruinadas pelo fiasco Dylan Mulvaney da Bud Light. Embora a rejeição do despertar radical da Bud Light seja um lembrete bem-vindo de que o consumidor ainda retém um pouco de poder no mercado, por quanto tempo isto persistirá?

“Eu não sou alguém que está tentando fazer nada além de ser eu mesmo e ser feliz”, disse Mulvaney sobre os “odiadores”.

Conhecimentos Conhecidos

Os Conhecimentos Conhecidos também podem ser descritos como:

  • Coisas que Sabemos que Sabemos;
  • Known Knowns (Conhecimentos Conhecidos);
  • Coisas que temos consciência e compreendemos;
  • Sei que sei;
  • Fatos diretos reconhecidos como verdades. Inclui leis vigentes, leis da física, fatos simples e básicos apoiados por evidências; e
  • Risco Tangível: Riscos (re)conhecidos por existirem e se ocorrerem, o resultado pode ser previsto com confiança (exemplos: preços de energia, commodities, taxa de câmbio, inflação, despesas de capital etc.).

Verificação: valide ou reúna evidências – se algo não pode ser (com)provado ou não tem evidências, não é um fato conhecido. Não cabem suposições (crenças sem provas) ou crenças escondidas como um fato. As suposições que não podem ser questionadas são perigosas para a tomada de decisão. Elas contêm incertezas e riscos e, devem ser tratadas como Conhecimentos Desconhecidos.

Um fator crítico de sucesso (FCS) é decidir quais saberes conhecidos são relevantes para a situação e para a tomada de decisão. Estar disposto a ouvir as pessoas sem preconceito é outro. Pode haver algo conhecido por elas e desconhecido por mim.

Incógnitas Conhecidas

As Incógnitas Conhecidas também podem ser descritas como:

  • Coisas que Sabemos que Não Sabemos;
  • Known Unknowns (Incógnitas Conhecidas);
  • Coisas que temos consciência, mas não compreendemos;
  • Sei que não sei;
  • Incerteza tangível: incertezas que são conhecidas, mas o resultado variado caso ocorram não pode ser previsto com qualquer nível de confiança (exemplos: greves trabalhistas, créditos de carbono, mudanças climáticas etc.);
  • São riscos identificáveis ou resultados incertos de eventos futuros, lacunas de informações ou questões importantes que afetam nossa decisão estratégica para as quais não temos respostas; e
  • Uma afirmação que não for demonstrável ou não tiver nenhuma evidência, então é uma Incógnita Desconhecida.

Boa parte do tempo deve ser gasta reunindo o máximo de informações de alta qualidade sobre as Incógnitas Desconhecidas de maior impacto para torná-las conhecidas:

  • Como você determina o que é uma Incógnita Desconhecida de alto impacto? Se um resultado ou uma série de resultados desta incógnita alterar drasticamente sua decisão, seu impacto será relevante. Se mudar apenas ligeiramente sua decisão, é um impacto menor.
  • Mapeamento de afinidade: ferramenta visual de brainstorming, mas com foco mais nas conexões entre as ideias.
  • Árvore de decisão: um mapa de dependências importantes dos possíveis resultados de uma série de escolhas relacionadas. Permite comparar possíveis ações com base em seus custos, probabilidades e benefícios.
  • Ressensibilização: a verificação regular das causas e efeitos, contribui para neutralizar a cegueira operacional resultante.
  • Considere o desenvolvimento planos de contingência ou critérios para mudança de curso para as Incógnitas Desconhecidas, se possível.

Um problema cada vez mais grave que afeta os executivos e tomadores de decisão: uma cegueira impressionante em relação ao mainstream (corrente de pensamento dominante) sobre a vida das pessoas comuns, trabalhadoras e indivíduos socialmente desfavorecidos. Elas são invisíveis.

Faça o teste de distanciamento de classes: conhece a rotina de um magarefe, soldador, mecânico de automóveis, motorista de ônibus, garde manger, estoquista, ou de um chapeiro que paga suas contas através de seu trabalho em um pequeno restaurante? Faz ideia da cadeia produtiva e todas as etapas necessárias para que o bife que está no seu prato esteja disponível? Alguma vez criou galinhas e as abateu?

Os “trabalhadores e pequenos agricultores familiares” são pessoas que invisíveis que se tornaram nada mais do que NPCs (Non-player Character -personagens não jogáveis) que fazem as coisas funcionarem, mas não são dignos de sua atenção ou tempo.

Assim os executivos e tomadores de decisão tem opinião sobre como o mundo deveria funcionar, com teorias nunca realmente testadas pelas demandas de marketing do mundo real. O exemplo da Bud Ligth mostra como os mercados punem brutalmente a marca e a empresa por esse erro profundo. Demonstra que as pessoas devem ter o direito de fazer suas próprias escolhas sobre o tipo de vida que desejam viver e os produtos e serviços que desejam consumir.

Conhecimentos Desconhecidos a Matriz de Rumsfeld a Matriz de Rumsfeld 

Os Conhecimentos Desconhecidos também podem ser descritos como:

  • Coisas que Não Sabemos que Sabemos; a Matriz de Rumsfeld a Matriz de Rumsfeld
  • Unknown Knowns (Conhecimentos Desconhecidos); a Matriz de Rumsfeld
  • Coisas que nós compreendemos, mas não temos conhecimento; a Matriz de Rumsfeld
  • Não sei que sei;
  • Risco Intangível: Riscos que são atualmente desconhecidos, mas se eles ocorrem o evento dará origem a um resultado variado que pode ser previsto com confiança (inundações, secas, deslizamentos de solos, desequilíbrios de oferta e demanda, substituição etc.); e
  • Pode ser algo que é conhecido, mas desconhecido quando é necessário. Ou coisas agora esquecidas, ou deliberadamente ignoradas (tabus e valores incompatíveis com a cultura organizacional), ou que as pessoas desejam que não sejam verdadeiras e, coisas que não são mais vistas como assustadoras etc. Preguiça, ignorância deliberada, negligência, arrogância, desídia e outros vieses cognitivos agravam estes riscos.

As organizações raramente dispões de uma cultura que valorize a comunicação aberta no compartilhamento do conhecimento tácito (instinto ou intuição): é difícil de expressar e de comunicar, geralmente inclui sabedoria, experiência, percepção e intuição.

Mas o mais grave são as convicções negadas, suposições e práticas imorais que fingimos não existirem, embora formem a base dos valores organizacionais.

Incógnitas Desconhecidas

As Incógnitas Desconhecidas também podem ser descritas como:

  • Coisas que Não Sabemos que Não Sabemos;
  • Unknown Unknowns (Incógnitas Desconhecidas);
  • Coisas que não somos conscientes nem compreendemos;
  • Não sei que não sei;
  • Incerteza Intangível: Incertezas que não são atualmente conhecidas, mas podem surgir ou serem identificadas no futuro. Devido à sua natureza desconhecida, inesperada ou imprevisível, nem sua ocorrência nem o resultado variado podem ser previsto com qualquer nível de confiança (exemplos podem incluir ocorrências locais, regionais ou instabilidade global (como sanções, embargos, guerras, imposição estratégica etc.); e
  • O Cisne Negro é uma metáfora para eventos de baixa probabilidade que são subestimados, ignorados ou desconhecidos e, que, ao emergirem, acabam causando impactos gigantescos, gerando surpresa, perplexidade ou espanto porque ninguém se preparou para sua existência. Eles são movidos pela perspectiva e, como tal, são específicos de uma pessoa, equipe ou entidade.

A curiosidade e a análise sem ego são ferramentas valiosas para questionar e validar o que você sabemos sobre a situação. Entrevistas exploratórias os que podem ser afetados por nossa decisão podem apontar fatos relevantes para a tomada de decisão decisão que não formaconsiderados.

Muitas Incógnitas Desconhecidas, talvez até a maioria, são conhecíveis com antecedência, se os executivos e tomadores de decisão procurarem nos lugares certos. Por falta de conhecimento, o aspecto desconhecido pode ser reduzido parcialmente por um processo de eliminação. Muitas dessas incertezas podem ser eliminadas.

As Peneiras da Sabedoria ESG

  1. Da Legalidade

A extrema e estrita legalidade pode ser um princípio fundamental muito importante. Muitas ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG podem até apresentar méritos intrínsecos e relevantes, mas ilegais à luz da legislação vigente.

As iniciativas ESG podem levar as empresas a violar as leis antitruste, de direitos civis e leis fiduciárias.

Por exemplo: a pressão pela equidade racial e de gênero pode estar violando o Art. 5º (C.F.) “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, que proíbe a discriminação com base em raça, cor, sexo, religião ou origem nacional.

Cabe ao setor produtivo cumprir e fazer cumprir na cadeia produtiva, os atos normativos que regulam cada seguimento e o meio ambiente (estimada em 60.000 normas ambientais, entre atos normativos da União, dos Estados e Municípios brasileiros, bem como órgãos de normalização técnica).

O tema é complexo e merece atenção especial. Confira mais detalhes no relatório intitulado “Liability Risks for the ESG Agenda” (Acesse aqui o material), do escritório de advocacia Boyden Gray, de Washington DC.

  1. Da Verdade

O relativismo moral em tempos de ESG pode tornar o conceito de verdade um “pouco” elástico:

“Reconhecemos o ponto de vista que a verdade e o conhecimento são apenas relativos e que não existem verdades rígidas e rápidas para todos os tempos e lugares.” (Benjamin Bloom)

“Tese é aquilo que você acredita ser verdade para si mesmo; Antítese é o que todos acreditam ser verdade para eles próprios; e Síntese é o que você e outros podem racionalmente vir a concordar ser verdade para todos… A verdade individual é relativa às necessidades sociais dos muitos e a verdade dos muitos deve considerar as necessidades pessoais dos poucos, ou de um só. Neste ciclo dialético, tudo é relativo, mutável e harmoniosamente desviante (heurística)… Isso faz com que a verdade mude à medida que a percepção da mente também muda. Portanto, se os fatos precisam se tornar flexíveis para a satisfação das necessidades do relacionamento pessoal e social, então a dedução dessa lógica é que a realidade se encontra dentro das necessidades sentidas da sociedade, e não em uma autoridade externa manifesta, nem em um indivíduo qualquer, sua família, sua comunidade, ou sua nação. De acordo com essa lógica, não existem direitos inalienáveis. Todos os direitos estão baseados nas necessidades sentidas pela sociedade… Em vez de aceitar um mundo preto e branco, com suas respostas absolutas, certas e erradas, elas agora buscam um mundo cinzento em que a mudança se torna absoluta, a verdade torna-se relativa e o desvio torna-se a norma.”. (Dean Gotcher)

Sem aprofundar o conceito dialético sobre a verdade, podemos resumir assim: as ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG são mensuráveis, reportáveis e verificáveis (MRV)?

  1. Da Honestidade

Metade das alegações ambientais usadas para anunciar produtos na União Europeia são enganosas ou infundadas. 53% das centenas de reivindicações avaliadas em 2020 forneciam “informações vagas, enganosas ou infundadas sobre as características ambientais dos produtos”. Bruxelas se prepara para introduzir regras para evitar alegações de lavagem verde.

Combater o greenwashing é uma obrigação moral, uma questão de honestidade. As questões climáticas em geral demonstram ser pouco claras, incertas, ambíguas e enganosas para os consumidores, equivalendo a lavagem verde. Isto distorce o comércio justo e coloca as empresas “genuinamente sustentáveis” em desvantagem.

As empresas respondem cada vez mais à demanda dos consumidores por produtos que não prejudiquem o meio ambiente, por exemplo, comercializando-os como “100% veganos” ou “emissões zero”.

A transparência é um grande mecanismo de aprendizado e aperfeiçoamento. Através dela é possível impulsionar a transformação dos stakeholders, entendendo o que está sendo feito de errado, o que está sendo feito certo e o que ainda não se está fazendo.

As ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG se baseiam em informações cientificamente comprovadas, confiáveis, logicamente sólidas e transparentes?

  1. Da Boa Fama

Sinalização de Virtude: Tem muito “alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado” sinalizando virtude ou a correção moral de sua posição ao expressar publicamente opiniões de repúdio. Pode ser um alinhamento socialmente aceitável, porém desprovido de valor intrínseco. Exibições públicas de indignação online as vezes ignoram fatos relevantes para a compreensão do problema em questão. A falta de clareza e direção da iniciativa explicitando o que está errado, como deve ser feito e porque deve ser feito de forma diferente.

Quem lacra não lucra/ “Get woke, go broke”. Não necessariamente. Dar voz a “minorias” pode ser lucrativo. Estes “grupos” podem estar dispostos a recompensar as iniciativas em prol de “minorias” por serem vistos de maneira “pura e sem julgamentos”.

As ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG merecem uma análise cuidadosa dos riscos e oportunidades ao sinalizarem virtude ou a correção moral de sua posição ao expressar publicamente opiniões de repúdio.

  1. Da Justiça Social

Justiça social é uma construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. Remete à justiça distributiva, aplicando-se aos desiguais.

O equilíbrio social é dinâmico, indeterminado e difuso – intrinsecamente conflituoso. Não existem regras específicas para sua definição. É definida no caso concreto, caso a caso. Está recheado de conceitos jurídicos indeterminados: meta(trans)individualidade; conflituosidade intrínseca e mutabilidade temporal e espacial.

As ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG merecem uma análise cuidadosa dos riscos e oportunidades quanto à justiça social, em especial sobre a extrema e estrita legalidade dos atos praticados.

  1. Da Prevenção e da Precaução

O princípio da prevenção (conjunto de práticas de análise e controle dos riscos que, desenvolvidas de forma continuada, num espírito de melhoria contínua) tem a finalidade de se evitar o risco concreto, e o princípio da precaução objetiva evitar o perigo abstrato cuja ocorrência seja verossímil para os acionistas (públicos ou privados) e partes interessadas (stakeholders).

A incerteza surge da possibilidade de se obter um resultado inesperado ou indesejado. Risco está relacionado à imprevisibilidade dos resultados desejáveis. Ou seja, o risco não é necessariamente uma certeza, é algo que pode acontecer ou não e pode gerar um dano/prejuízo ou não.

As ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG reduzem os riscos e as incertezas de operação da organização/instituição/empresa?

  1. Da Oportunidade

Inovação em ESG pode incluir atividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou melhorados) produtos ou serviços, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos.

Fazer mais com menos recursos, por permitir gamas de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos ou financeiros, quer na prestação de serviços, potencializar e ser motor de competitividade.

Inovar possui caráter valorativo, na medida em que significa – mudar para melhor, corrigir ou adaptar a novas condições.

A concorrência pode motivar decisões que inicialmente não estaríamos dispostos a tomar. Por emulação ao tentar igualar-se a ou superar os concorrentes, podemos adotar/reproduzir iniciativas sem considerar os méritos intrínsecos e riscos associados.

A liderança no segmento de atuação pode se dar pelo exemplo. Quando se mergulha na sustentabilidade, ao liderar pelo exemplo é provável que os demais o sigam e, assim, tragam práticas mais inovadoras e responsáveis.

As ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG adicionarão vantagens competitivas ou comparativas em relação aos produtos e serviços ofertados pela organização/instituição/empresa?

  1. Do Valor Adicionado

Os acionistas possuem uma expectativa de ganho sobre seu negócio. O EVA (Economic Value Added), mostra se um investimento trouxe ganhos reais para os acionistas, ou seja, se está gerando valor. O objetivo é ter um maior retorno sobre o capital investido. Organizações podem ser chamadas de lucrativas somente quando geram riquezas para seus stakeholders.

As ações afirmativas, atividades, iniciativas, projetos, programas, planos e políticas ESG estão acrescentando valor ao acionista no médio e longo prazo?

Tecnologias Disruptivas

Tecnologias disruptivas são recursos e soluções tecnológicas que revolucionam e aprimoram ferramentas de forma significativa, bem como produtos e serviços que antes não existiam na governança ambiental, social e corporativa – ESG.

Inteligência Artificial (IA)

A Inteligência Artificial pode processar rapidamente grandes quantidades de dados, acelerando processos e colaborando com executivos e tomadores de decisão formando uma base sólida de dados e insights.

Recursos analíticos avançados, automatizam a coleta e o processamento gerando dados acionáveis (informações que foram coletadas e analisadas e possibilitam a tomada de decisão ou elaboração de uma estratégia. São resultados de análises de dados maiores, onde são selecionadas apenas as informações que serão úteis).

Pode rastrear o impacto ambiental e social das operações dos fornecedores abordando questões de sustentabilidade na cadeia de suprimentos.

Permite as organizações relatarem seu desempenho ESG com maior precisão.

Big Data

Big Data são dados maiores e mais complexos, especialmente de novas fontes de dados que contêm maior variedade, chegando em volumes crescentes e com mais velocidade. Software tradicionais de processamento de dados simplesmente não conseguem gerenciá-los. Porém, esses grandes volumes de dados podem ser usados para resolver problemas de negócios que não eram possíveis resolver antes. Como demonstrar os benefícios financeiros das empresas que avaliam estratégias internas ESG.

As métricas ESG fornecem uma visão estática, mas dados alternativos fornecem mais dimensões de percepção. A tecnologia e a inovação estão se tornando essenciais para o sucesso do investimento em sustentabilidade em suas dimensões mais relevantes: materialidade dos impactos e materialidade financeira.

Aprendizado de Máquina (Machine Learning)

O aprendizado de máquina é um método de análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos. É um segmento da inteligência artificial baseado na ideia de que sistemas podem aprender com dados, identificando padrões e tomando decisões com o mínimo de intervenção humana.

Algoritmos de aprendizado de máquina podem analisar dados históricos, informações geoespaciais, registros climáticos, padrões de consumo de matérias primas, insumos, energia, água, resíduos, processar dados de sensores ambientais, identificar ineficiências, áreas de risco ambiental, poluição, prever futuros riscos ESG, como desastres ambientais ou violações trabalhistas, entre outros.

O uso destas ferramentas e soluções em larga escala, aprendizado de máquina, análise preditiva e IA pode desempenhar um papel crucial na identificação, monitoramento e mitigação de desafios ambientais e sociais possibilitando intervenções proativas.

Espere o Melhor, Prepare-se Para o Pior

Foi estabelecido por mais de um século que – nas palavras do juiz Russell Ostrander da suprema corte de Michigan, escrevendo em Dodge v. Ford Motor Company (1919) – “uma corporação comercial é organizada e operada principalmente para o lucro dos acionistas”. Este princípio foi revigorado por Milton Friedman, talvez mais notavelmente em um artigo de 1970 no New York Times:

“Em um sistema de livre iniciativa e propriedade privada, um executivo corporativo é um funcionário dos proprietários do negócio. Ele tem responsabilidade direta com seus empregadores. Essa responsabilidade é conduzir os negócios de acordo com seus desejos, que geralmente serão ganhar o máximo de dinheiro possível, respeitando as regras básicas da sociedade, tanto as consagradas na lei quanto as consagradas no costume ético.” (Acesse aqui a noticia completa)

Porém, as empresas e corporações devem agora servir aos interesses de uma coleção mais ampla de “stakeholders” – partes interessadas. Precisam mostrar capacidade de criar valor além do resultado financeiro e econômico. Isto só será possível se o pré-requisito lucro for atendido. Exceto empresas públicas podem se dar ao luxo de operarem continuamente no prejuízo, pois o contribuinte paga a conta. Empresas privadas que apresentam resultados negativos estão fadas a falirem, algumas com escala técnica na recuperação judicial (uma minoria sobrevive), mas fecharão suas portas.

Todo cuidado é pouco com profissionais mimados que saíram de universidades de prestígio sem a menor compreensão de como os negócios funcionam ou o que é necessário para o crescimento e sucesso dos negócios. Com pouco ou nenhum conhecimento prático, nunca produziram nenhuma riqueza no setor privado e não sabem nada sobre os requisitos do sucesso nas empresas que se espera que liderem.

O imperativo de conhecer seu cliente (fundamento do marketing), nunca deve ser esquecido. As empresas devem se concentrar em seus clientes. É necessário melhorar as capacidades de marketing criativo, maior compreensão e desenvolvimento do conhecimento e gerar receita orgânica para o negócio.

Uma reação negativa da base de clientes fragilizada pode ser a face do desastre. “O ódio de uma minoria é mais forte que a benigna boa vontade da maioria” (Arch Bungle)

Mas existem razões para o ceticismo: Podemos realmente prever alguma coisa?

ESG continua sendo um dos principais riscos e oportunidades para as empresas. Algumas das áreas de melhoria ESG são um grande desafio, mas não são novas, antecedem até mesmo as questões de sustentabilidade, tais como melhorar a diversidade, a equidade e a inclusão.

Ambições líquidas zero (Net zero) estão sendo definidas, mas os caminhos para alcançá-las raramente são claros. Especialistas superfocados elaboram uma narrativa excessivamente simplista e desconhecem em grande parte as grandes externalidades negativas que resultam de suas iniciativas. É preciso alcançar o equilíbrio entre potenciais consequências negativas versus os benefícios. Proclamar o desastre, propor uma solução (radical), declarar que não há (muito) tempo, ignorar custos, argumentar que a “desinformação” é prejudicial e então controlar o diálogo funciona contra os interesses empresariais, nacionais e de cada um de nós.

Racionalizar, crescer e transformar são estratégias para preparar os negócios a resistirem melhor à disrupção, relações comerciais em constante mudança e, obter vantagens competitivas. Sempre existirão incógnitas desconhecidas. “Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier!” 

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Decio Michellis Jr. – Licenciado em Eletrotécnica, com MBA em Gestão Estratégica Socioambiental em Infraestrutura, extensão em Gestão de Recursos de Defesa e extensão em Direito da Energia Elétrica, é Coordenador do Comitê de Inovação e Competitividade da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica – ABCE, assessor técnico do Fórum do Meio Ambiente do Setor Elétrico - FMASE e especialista na gestão de riscos em projetos de financiamento na modalidade Project Finance. https://www.linkedin.com/in/decio-michellis-jr-865619116/

Decio Michellis Jr. – Licenciado em Eletrotécnica, com MBA em Gestão Estratégica Socioambiental em Infraestrutura, extensão em Gestão de Recursos de Defesa e extensão em Direito da Energia Elétrica, é Coordenador do Comitê de Inovação e Competitividade da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica – ABCE, assessor técnico do Fórum do Meio Ambiente do Setor Elétrico – FMASE e especialista na gestão de riscos em projetos de financiamento na modalidade Project Finance.

Linkendin Decio Michellis Jr.

 

 

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