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Aumenta consenso de que a humanidade é a principal responsável pelas mudanças climáticas

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Aproveitando a Conferência do Clima de Doha (COP18), autoridades estão sendo mais corajosas em suas declarações com relação às mudanças climáticas.

Primeiro foi o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel Jarraud, quem afirmou com todas as letras que o fenômeno é resultante das atividades humanas.

Agora é a vez de o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra Pachauri, dizer que o próximo relatório da entidade elevará ainda mais o grau de certeza de nossa influência no aquecimento global.

“Temos uma quantidade substancial de informações que diminuem lacunas que existiam, aumentando assim o nível de certeza de nossas descobertas”, afirmou Pachauri em entrevista para a agência Reuters.

Vale destacar que o último relatório do IPCC, de 2007, já apontava para uma probabilidade de pelo menos 90% de que as atividades humanas são a principal causa das mudanças climáticas.

Participando de um evento paralelo na COP 18, Pachauri reforçou um discurso que fez cinco anos atrás.

“Quando eu tive o privilégio em 2007 de aceitar o Prêmio Nobel em nome do IPCC, eu fiz uma pergunta retórica: ‘Estarão aqueles responsáveis pelas decisões internacionais sobre as mudanças climáticas dispostos a ouvir a voz da ciência?’ Eu não sei se nossa voz hoje é mais alta, mas com certeza é mais clara graças aos nossos novos conhecimentos”.

Em outubro, discutindo os impactos da super tempestade Sandy, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também responsabilizou as emissões de gases do efeito estufa resultantes de processos industriais e de geração de energia como sendo a causa do aquecimento global.

“Essa pode ser uma verdade que incomoda, mas é uma que não podemos ignorar. Os melhores cientistas do mundo estão nos alertando há anos sobre isso. Não podemos mais olhar para o outro lado, persistindo com o nosso atual estilo de vida. Essa deve ser uma das principais lições do Sandy”, afirmou.

“Nosso desafio é claro e urgente: precisamos reduzir as emissões de gases do efeito estufa, aumentar a adaptação climática para nos prevenir de eventos climáticos ainda mais severos que o Sandy e alcançar um acordo climático global até 2015”, completou.

Queda do ceticismo

O ano de 2012 pode ser considerado o início do fim do ceticismo climático. Marcados por eventos climáticos extremos e por estudos reveladores, os últimos 12 meses registraram uma transformação na opinião pública.

Mesmo nos Estados Unidos, onde a população sempre se mostrou contrária à teoria das mudanças climáticas, uma pesquisa de opinião realizada entre agosto e setembro revelou que cerca de 74% dos norte-americanos acreditam que o aquecimento global está afetando o clima. Isso que o levantamento foi realizado antes da super tempestade Sandy atingir a costa leste do país.

Este ano também viu a mudança de postura do principal cientista cético do planeta.

O pesquisador Richard Muller, fundador do projeto Temperatura da Superfície da Terra da Universidade de Berkeley (BEST), escreveu um artigo no jornal New York Times intitulado “A conversão de um cético das mudanças climáticas”, no qual diz ter mudado de ideia devido aos resultados de um estudo conduzido por ele próprio que comprovaria que não apenas o planeta está aquecendo, como também é possível responsabilizar as atividades humanas pelo fenômeno.

Apesar de ser provável que sempre existirão céticos – que acabam ajudando os governos a adiar ações climáticas -, estamos caminhando para um maior consenso sobre nosso papel no clima. Uma hora será inevitável aceitar as mudanças climáticas, pois os eventos extremos serão tão frequentes e intensos que não adiantará mais esconder a cabeça na areia.

É como disse Ana Deysi Lopez, do Ministério de Meio Ambiente de El Salvador, em uma entrevista meses atrás para o Instituto CarbonoBrasil: “A realidade nos golpeou. As perdas, econômicas e de vidas, causadas por fenômenos climáticos extremos aumentaram muito nos últimos anos. Diante dos números, não há mais dúvidas de que o governo precisa agir.”

 

Fonte: Fabiano Ávila, do Instituto Carbono Brasil

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