A ampliação da Reserva Ecológica do Taim, no Sul do Rio Grande do Sul, está gerando impasse entre produtores rurais e o governo federal. A área que será desapropriada atinge fazendas de criação de gado, como mostra a reportagem do RBS Notícias.
No local vivem mais de 150 espécies de animais. Até abril de 2013, a Reserva Ecológica do Taim deve triplicar de tamanho, passando a ter 33 mil hectares. Do total, 8 mil hectares pertencem a propriedades particulares que serão compradas pelo governo federal.
A desapropriação não atinge pequenas propriedades com menos de 200 hectares, nem áreas de lavouras. O alvo são regiões de banhado onde vivem dezenas de espécies de animais, como as capivaras. Só que estas áreas também servem de bebedouro para o gado.
O aumento da reserva vem sendo planejado pelo governo desde a década de 1970. Em 2002, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) determinou a proibição do uso da área às margens da BR-471. Os produtores conseguiram derrubar a decisão na Justiça há cinco anos, mas querem uma indenização sobre o tempo em que deixaram de explorar o local.
Os pecuaristas como Leonídio Dias de Oliveira estão preocupados. Além de perder 80 dos 400 hectares de terra que possui, ele terá que encontrar outra fonte de água para o gado. “Vamos ter que abrir poços artesianos e usar motores para poder bombear a água para o gado”, diz.
Os sindicatos rurais de Rio Grande e Santa Vitória do Palmas ainda não tem estimativa do prejuízo. A área da reserva também será ampliada e poderá ter restrições de algumas atividades econômicas, como indústrias e lavouras que dependerão de projetos de preservação ambiental.
Na quinta-feira (22) o Ibama e os sindicatos rurais de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar devem decidir o tamanho da área de limite da reserva. “Vai ser um grande ganho para o país e para o Rio Grande do Sul. Um legado grande que deixamos para as próximas gerações”, afirma o chefe do Ibama no Taim, Henrique Ilha. (Fonte: G1)
Fotos: Maurício Fernandes da Silva