Enio Fonseca e Decio Michellis Jr.
“Mas importante é difundir o conhecimento que Deus nos permitiu ter!”
(Prof. PhD. Georges Louis Hage Humbert)
Afinal 2025 foi um ano bom ou ruim? A resposta para se o mundo piorou ou melhorou em 2025, é complexa e pessoal. Tivemos tendências mistas, com progressos em certas áreas e desafios significativos em outras. O cenário global foi de instabilidade, polarização, conflitos armados e tensões econômicas, o que gerou incerteza e erosão da confiança, mas também para avanços tecnológicos (a rápida integração da Inteligência Artificial (IA) na sociedade e nas políticas públicas) e reflexões sobre a sustentabilidade, mudanças climáticas e o futuro do planeta.
O Brasil subiu cinco posições no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, impulsionado por melhorias na renda e na saúde, apesar da estagnação na educação. O Banco Mundial projetou um crescimento do PIB brasileiro para 2,4% em 2025, acima da média da América Latina e Caribe.
Em resumo, 2025 foi um ano de contrastes acentuados. A percepção de melhora ou piora varia da área analisada, da região e das conquistas pessoais, oscilando entre crises urgentes, inovações promissoras e prosperidade.
Principais problemas que mais preocuparam os brasileiros ao longo de 2025, segundo pesquisas de opinião e levantamentos ao longo do ano (lista não exaustiva):
Alta da inflação e do custo de vida, especialmente dos alimentos.
Aumento da população em situação de rua no Brasil continuou a apresentar um crescimento significativo, atingindo a marca de 358.553 pessoas em outubro de 2025 (Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da UFMG).
Corrupção e perda de confiança nas instituições, bem como descrédito nas instituições políticas, com estimativas variando entre 1,38% (FIESP) a 8% (IBPT) do PIB, representando perda de recursos para saúde e educação, desconfiança e ineficiência econômica, impactando diretamente o desenvolvimento do país e a qualidade de vida dos cidadãos, um problema central do Brasil.
Crime e a violência: 44.127 mortes violentas intencionais em 2024 (120/dia) e não estamos em guerra.
Desperdício de dinheiro público: no Brasil, o poder público gasta muito e gasta mal. O Estado é ineficiente em todos os níveis: no governo federal, nos Estados e nos municípios. Órgãos internacionais como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o Banco Mundial e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) fizeram estudos sobre a baixa qualidade dos gastos públicos no Brasil. As estimativas do impacto dessa ineficiência variam entre 3,9% e 7% do PIB nacional.
Endividamento, inadimplência, gastos inesperados e falta de reserva de emergência.
Escassez de investimentos em infraestrutura: a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) considera que o Brasil precisa investir anualmente entre 4% a 5% do PIB em infraestrutura para atender às necessidades de desenvolvimento e modernização do país, o que representa cerca de R$ 350 bilhões por ano. Atualmente, o investimento real gira em torno de 2% do PIB. A China investe 14 % de seu PIB em infraestrutura.
Eventos globais e os potenciais impactos na economia brasileira (dólar forte, protecionismo), geraram incertezas econômicas.
Expectativa de desaceleração econômica e aumento do desemprego.
Impunidade no Brasil é caracterizada principalmente pela ineficiência do sistema penal, que resulta na falta de responsabilização efetiva por muitos crimes, especialmente os graves. Isso gera uma percepção social generalizada de que o crime compensa e que a justiça é branda. O sistema de justiça é marcado pela lentidão, excesso de formalismo e inúmeras etapas e recursos protelatórios, o que atrasa os julgamentos e, em alguns casos, leva à prescrição dos crimes. Estaria associada à desigualdade social, onde pessoas com dinheiro e influência têm maior capacidade de usar os recursos legais para evitar a prisão, enquanto a população mais pobre é desproporcionalmente criminalizada.
Inelasticidade das despesas públicas previstas para 2026. Os gastos públicos não diminuem (o Refinanciamento da Dívida Pública Federal consumirá 28,8 % do orçamento sem redução da dívida, apenas para pagar juros). Para investimento estão disponíveis apenas 3,1 % no OGU – Orçamento Geral da União. Nos últimos 2 anos foi de 2,8 % do OGU.
Juros Altos, aumento da carga tributária (estimada em 34,12% do PIB) e o aumento da dívida pública (77,6% do em 2025 e em 82,4% em 2026, em uma curva ascendente até 2035).
Saúde pública e saúde mental com desafios relacionados à escassez de recursos e ao acesso a tratamentos especializados. Em outubro de 2025, 2,86 milhões de pessoas esperavam na fila do INSS por serviços como aposentadorias, pensões, BPC – Benefício de Prestação Continuada, licença-maternidade e perícias de auxílio-doença.
Solidão: desconexão e isolamento, um sentimento de falta de companhia ou de relacionamentos significativos, mesmo estando rodeado de pessoas. Seja pela qualidade ruim dos relacionamentos, sentimento de não pertencimento ou não ser visto/compreendido ou isolamento social, se tornou um problema de saúde pública com riscos físicos e mentais. Parentes e amigos ficaram mais distantes na razão inversa do saldo de sua conta bancária?
A guerra é normal, a paz não. Guerra é um conflito armado em larga escala entre grupos organizados, como nações ou estados, marcado por violência extrema, uso de forças militares e destruição com alto grau de agressão, perda de vidas e destruição de infraestruturas, com o objetivo de aniquilar o inimigo ou forçá-lo a um acordo, como a Guerra Russo-Ucraniana ou Guerra Israel-Hamas-Irã-Hezbollah. As causas são diversas, incluindo desentendimentos profundos sobre disputas territoriais, recursos naturais, econômicas, políticas, ideologias ou poder, religiosas ou étnicas, e a guerra é frequentemente vista como a política conduzida por outros meios quando a diplomacia e a negociação falham e que não podem ser resolvidos por meios pacíficos. O seu resultado pode ser o aniquilamento das forças inimigas, a conquista de territórios, a imposição de uma vontade ou um acordo de paz. De acordo com um artigo do Active Post, nos últimos 3.400 anos, os humanos estiveram em paz em apenas 268 deles, o que configura apenas 8% do tempo. O século XX foi o período mais bélico e mortal da humanidade até então, com mais de 100 guerras e conflitos registrados, sendo que estimativas para o número total de mortos ao longo de toda História pode alcançar 1 bilhão.
O Evangelho Segundo São João (16:33) nos alerta sobre as vicissitudes da vida (mudanças, reviravoltas, altos e baixos, e circunstâncias inesperadas — tanto favoráveis quanto desfavoráveis — que acontecem na vida de uma pessoa, representando os desafios, contratempos, perdas e alegrias que moldam a existência, exigindo adaptação e resiliência diante do que foge ao controle): “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”
São diferentes as perspectivas sobre a causa e o propósito das vicissitudes da vida, conforme as variadas correntes e convicções metafísicas-espirituais (agnosticismo, ateísmo, budismo, hinduísmo, islamismo, religiosidade popular etc.). Pontos em “comum”:
Ocorrência de eventos inseguros e instáveis, não podem derrotar-nos finalmente, embora nos entravem temporariamente e cheguem a preocupar-nos por algum tempo.
O estado presente como resultado de uma ação passada: temores íntimos, solidão, mesmo não sendo uma escolha pessoal, quando seu círculo de relacionamentos se esvazia.
A impossibilidade da paz exterior, nunca esperem tê-la. “A história da raça humana é a Guerra. A não ser por breves e precários interlúdios, nunca houve paz no mundo; e antes que a História tivesse início, o conflito assassino era universal e interminável.” (Winston Churchill)
A paz em contraste com as aflições, viria de um conhecimento claro dos fatos e de uma fé firme nestas convicções. Mesmo quando temos mais motivos para pensar que permaneceremos em pé, ainda teremos razões suficientes para tomar cuidado para não cair.
A esperança em Deus (para aqueles que creem) também deverá ser mantida, independentemente daquilo que o estiver ameaçando, até a vitória pessoal: portanto, tende bom ânimo e coragem.
Qual o Real Significado de 1 Ano?
Um ano é uma unidade de tempo com base em dias que a Terra demora para completar uma volta em torno do Sol.
Na Astronomia, o tempo de um ano difere entre:
Ano Trópico ou ano das estações ou ainda ano solar, é o intervalo de tempo que o Sol, em seu movimento aparente pelo céu, leva para partir de algum dos quatro pontos que definem as estações e retornar para o mesmo ponto, ou seja, é o tempo entre duas passagens pelo equinócio de primavera, pelo solstício de verão, pelo equinócio de outono ou pelo solstício de inverno com 365 dias 5 horas 48 minutos 45.261 segundos aproximadamente. O ano civil se baseia no ano trópico, por não ter uma quantidade exata de dias, torna-se necessário introduzir correções periódicas e regulares no ano civil, para que este se mantenha sincronizado com as estações.
Ano Sideral, ou ano sidéreo é o tempo entre dois passos consecutivos da Terra por um mesmo ponto de sua órbita, tomando como referência as estrelas. Geralmente usado pelos astrônomos corresponde a 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 9,54 segundos (no ano 2000 aproximadamente 1,000039 do ano tropical).

“Eu sinceramente gostaria de saber o sentido real de muitas pessoas do mundo todo comemorando o término de uma volta da Terra ao redor do Sol e o início de outro, considerando a referência aleatória do ponto espacial adotado, com qualificação zero. Parece mais lavagem cerebral coletiva, ou será lobby de fabricantes de fogos de artifício? Enfim, por que significar algo sem nenhum significado?
Deve ser o mesmo que o tal calendário gregoriano, ou prevalece Einstein: o tempo é relativo.” (Engª Nadia Taconelli)
Enquanto lê estas linhas, você atravessa o universo numa velocidade de 2.000.000 km/h. Não se trata de uma fantasia, mas de um fato confirmado que até agora os astrônomos não sabiam explicar direito.
Nosso Sistema Solar completa uma volta na galáxia a cada 233 milhões de anos. Esta velocidade do Sol é de 792.000 km/h.
A velocidade orbital média da Terra é de 107.200 km/h.
Quando você comemora seu aniversário, você completou mais uma jornada de 149,6 milhões de km em torno do Sol a estonteante velocidade de 107.200 km/h. Parabéns por mais esta conquista!
Mas esses movimentos não são percebidos. Quando a velocidade é constante (não há aceleração ou desaceleração), como nos três casos, só é possível perceber o movimento se olharmos um referencial externo que está parado ou se movimentando com velocidade diferente. É o que acontece quando observamos as estrelas, por exemplo. Só que, como elas estão muito distantes, não se tem noção da velocidade em que a Terra está.
A expressão “Feliz Ano Novo” reflete a antiga tradição de celebrar a virada do ano, originada na Mesopotâmia há 4.000 a.C. Era feita em março, marcando o fim do inverno e o início da primavera (equinócio de primavera), época de semeadura e colheita, simbolizando renovação.
Foi oficializada em 1º de janeiro por Júlio César em 46 a.C. em homenagem a Jano, o deus de duas faces, das passagens (passado/futuro), do “abrir das portas” para o futuro, simbolizando desejar que a nova fase (o novo ano) traga felicidade, renovação e bons augúrios.
Este costume se tornou global com o Calendário Gregoriano (século XVI), onde a Igreja Católica oficializou o 1º de janeiro como Ano Novo, consolidando a data que conhecemos hoje, comemorando o “despertar” para uma nova vida.
O Réveillon (“despertar” em francês), popularizado no Brasil como a festa da virada, remete à ideia de “acordar” para o novo ano. Esta celebração envolve a busca abstrata (que não é concreta nem real; que não tem existência como objeto, como coisa, como realidade palpável) “por novas energias”, planos e um balanço do passado, um desejo universal de um futuro melhor.
Sim, tenha um excelente 2026!!!
Apesar das Mudanças Climáticas, Hoje é a Melhor Época para Nascer ()
O momento presente se destaca como a era mais promissora e esperançosa, apesar da ansiedade generalizada em relação ao clima. Os avanços na tecnologia, na saúde e no desenvolvimento econômico melhoraram drasticamente os padrões de vida, tornando este o melhor momento da história para começar uma vida.
Os avanços tecnológicos e o aumento da prosperidade tornaram hoje amplamente acessíveis muitos bens e experiências que estavam disponíveis exclusivamente para os indivíduos mais ricos há um século.
O automóvel, outrora um artigo de luxo pertencente apenas à elite, tornou-se um meio de transporte comum, e as viagens aéreas modernas permitem agora que os indivíduos da classe média percorram o mundo de maneiras que um milionário de 1925 só poderia sonhar.
Há um século, a comunicação instantânea a longa distância exigia riqueza significativa ou infraestrutura governamental (telégrafos/primeiros telefones). Hoje, um smartphone, um dispositivo relativamente barato, oferece comunicação global, acesso à informação e capacidades de entretenimento que superam em muito qualquer coisa disponível até mesmo para os indivíduos mais ricos daquela época.
Os avanços médicos, desde antibióticos e vacinação generalizada até técnicas cirúrgicas complexas e ferramentas de diagnóstico como ressonâncias magnéticas, eram inexistentes ou experimentais há um século. Esses tratamentos são agora prática padrão e amplamente acessíveis, aumentando significativamente a expectativa de vida e a qualidade de vida da população em geral.
O acesso a uma vasta biblioteca de informações e entretenimento global era restrito àqueles que possuíam bibliotecas particulares ou meios para viajar. A internet e os serviços de streaming proporcionam acesso instantâneo e acessível a uma quantidade incomparável de mídia, educação e notícias.
Itens do dia a dia, como refrigeração, aquecimento central e iluminação elétrica, eram luxos raros e caros no início do século XX. Hoje, esses são recursos padrão na maioria das casas, reduzindo significativamente o trabalho manual e melhorando o conforto para a pessoa média.
Essa democratização da tecnologia remodelou fundamentalmente a sociedade, trazendo conforto, conveniência e oportunidades sem precedentes para um segmento muito mais amplo da população.
Cinquenta anos atrás, em 1973, a taxa global de mortalidade infantil era três vezes e meia maior do que hoje, e em 1923, era quase nove vezes maior. O passado distante foi ainda pior. Em toda a história humana até a Revolução Industrial, pelo menos três em cada 10 crianças morreram antes de completar cinco anos. No último meio século, a pobreza extrema também foi reduzida, pela primeira vez na história: enquanto nove em cada 10 pessoas eram extremamente pobres antes da Revolução Industrial, hoje as proporções estão invertidas: menos de uma em cada 10 está abaixo do nível de pobreza absoluta.
Em 1800, a expectativa de vida mundial era de 28,5 anos. Em 2021, esse número subiu para 72,6 anos e, nos países mais ricos do mundo, para bem mais de 80 anos. A diferença entre a expectativa de vida dos países mais ricos e mais pobres continua diminuindo, inclusive, notadamente, na África e na Ásia.
O Índice de Abundância de Simon (SAI) mede a relação entre a abundância de recursos e a população.
Ele converte a abundância per capita de 50 produtos básicos e o tamanho da população global em um único valor. O índice teve início em 1980 com um valor base de 100. Em 2024, o SAI atingiu 618,4, indicando que os recursos se tornaram 518,4% mais abundantes nos últimos 44 anos. Todos os 50 produtos no conjunto de dados eram mais abundantes em 2024 do que em 1980. A abundância global de recursos aumentou a uma taxa de crescimento anual composta de 4,22%, dobrando a cada 17 anos.
Apesar dos desastres naturais, da turbulência política e das guerras desde 1980, a abundância de recursos continuou a aumentar mais de seis vezes mais rápido do que o crescimento populacional — um fenômeno que chamamos de “superabundância”. (Gale L. Pooley, Marian L. Tupy)
Despoluição do Rio Pinheiros em São Paulo: foram investidos US$ 330 milhões iniciando pelo córrego Zavuvus, com a instalação de 280 km de rede de esgoto e dois milhões de moradores deixaram de despejar esgoto no rio Pinheiros. A margem do rio está mais agradável e atrai mais atividades de lazer e turismo. Agora, os ciclistas que percorrem os 21 quilômetros da ciclovia também se beneficiam do ar mais limpo. O objetivo do programa é garantir que a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) não exceda 30 mg/l foi alcançado em todo o córrego Zavuvus, que se estende por 7,8 quilômetros.
O crescimento econômico em 2025 desafiou as expectativas pessimistas. A atividade econômica real manteve-se notavelmente resiliente. Os analistas agora esperam um crescimento global de cerca de 2,7%.
A pobreza na América Latina caiu quase pela metade em 20 anos, de 58% para 30%.
Hoje, menos de 9% da humanidade vive com uma renda igual ou inferior a cerca de US$ 2 por dia, o padrão de vida que consideramos extrema pobreza, uma queda significativa em relação aos aproximadamente 70% em 1870. E mesmo entre esses 9%, muitos têm acesso a tecnologias de saúde pública e comunicação por telefonia móvel de imenso valor e poder.
Muitas invenções tecnológicas do século passado transformaram experiências que antes eram raras e luxos valiosos, disponíveis apenas para alguns ricos, em características da vida moderna que consideramos tão banais que não figurariam nem entre as 20 ou mesmo as 100 principais em uma lista do que consideramos ser nossa riqueza. Muitos de nós nos acostumamos tanto com nosso nível diário de felicidade que ignoramos completamente algo surpreendente.
Cientistas e engenheiros estão encontrando maneiras de transformar poluição e resíduos em recursos valiosos. Da recuperação de fertilizantes de lagos tóxicos à criação de embalagens biodegradáveis a partir de resíduos agrícolas, a inovação está transformando problemas ambientais em oportunidades de crescimento. Ao reimaginar o lixo como um recurso, podemos tornar o planeta mais limpo, impulsionando novas indústrias e empregos. Desde 1970, os Estados Unidos reduziram os principais poluentes atmosféricos em 78%, ao mesmo tempo que aumentaram o Produto Interno Bruto (PIB) em 321%. O Protocolo de Montreal eliminou 99% das substâncias que destroem a camada de ozônio, evitando o câncer de pele para aproximadamente dois milhões de pessoas a cada ano. A chuva ácida, cujo combate se previa custar US$ 6 bilhões anualmente, foi solucionada por menos de US$ 2 bilhões por ano. Essas conquistas não foram alcançadas com o abandono da vida moderna, mas sim tornando-a mais limpa e eficiente. (Aditya Goyal)
Apesar dos temores generalizados sobre o futuro — desde o colapso apocalíptico até o esgotamento de recursos — a história da humanidade demonstra um padrão consistente de progresso e resiliência. Inúmeras vezes, previsões de desastres foram refutadas pela inovação e adaptação. Embora ainda existam desafios, os dados mostram claramente que os padrões de vida globais estão aumentando — e que o medo muitas vezes fica aquém da realidade. Nem tudo é perfeito. Afinal, temos guerras, terroristas, mudanças climáticas e por aí vai. Mas quando pergunto a qualquer pessoa: “Quem gostaria de voltar magicamente ao mundo de um século atrás, sem direito de retornar a 2025?”, ninguém se interessa. (Wojciech Janicki)
A população mundial chegou a 8,3 bilhões de pessoas. Os recursos tornaram-se mais abundantes. A abundância de recursos pessoais cresceu a uma taxa de 3,1% ao ano, dobrando assim a cada 22,6 anos aproximadamente. A abundância global de recursos cresceu a uma taxa de 4,4%, dobrando assim a cada 16 anos. Nunca ficaremos sem recursos. O suprimento de minerais é teoricamente finito, mas o conhecimento e a criatividade humanos são ilimitados. Quando o preço de um recurso aumenta, as pessoas têm um incentivo para encontrar novas fontes dele. Os geólogos pesquisaram apenas uma fração da crosta terrestre, sem falar no fundo do oceano. À medida que as tecnologias de levantamento e extração melhoram, geólogos e engenheiros irão mais fundo, mais rápido, mais barato e mais limpo para alcançar minerais até então intocados. A inovação cria oportunidades de substituição. Novos conhecimentos não são limitados pelos limites físicos do nosso planeta, mas pelo número de pessoas que são livres para pensar, falar, associar, investir e lucrar com suas ideias e invenções. (Marian L. Tupy)
Em quase todos os aspectos, o mundo é um lugar muito melhor para se nascer agora do que em qualquer outro momento da história.
A realidade sobre o aquecimento global é, na verdade, muito melhor do que você imagina. Se você consumiu uma dose nada saudável de pornografia catastrófica sobre o clima, provavelmente acabou tendo uma visão do futuro muito mais sombria e aterrorizante do que o cientificamente plausível.
A principal razão pela qual os economistas do clima esperam que os efeitos negativos das mudanças climáticas sejam superados por desenvolvimentos positivos é a engenhosidade humana. Nossa espécie sempre desenvolveu soluções inteligentes para nos proteger contra os elementos naturais, povoando muitas regiões da Terra que seriam “inabitáveis” sem tecnologia, mas especialmente nos últimos dois séculos, nosso domínio sobre a natureza alcançou sucessos espetaculares. A melhor ilustração é aquela que está na mente de todo catastrofista climático: desastres naturais. Apesar do que todos acreditam e do que todas as manchetes sensacionalistas estão dizendo, as mortes globais por milhão de pessoas devido a desastres naturais caíram por um fator de 100 no último século. A Mãe Natureza se tornou mais violenta e caprichosa nos últimos anos (pelo menos quando se trata de furacões e inundações, embora não de terremotos ou erupções vulcânicas), mas isso torna nossa conquista ainda mais impressionante.
Nas ocasiões restantes em que as notícias relatam uma inundação ou furacão que causou dezenas de milhares de vítimas, a explicação é quase sempre a pobreza e, portanto, a falta de resiliência. Para países ricos e resilientes, uma onda de calor ou furacão é geralmente pouco mais do que um inconveniente ou incômodo administrável na pior das hipóteses, mas para países pobres pode significar fome, falta de moradia e morte em grande escala.
Quando o pai fundador de Cingapura, Lee Kuan Yew, foi questionado sobre o que possibilitou o milagre econômico da cidade-estado tropical (seu PIB per capita é 65% maior que o dos EUA), sua resposta foi simples: ar-condicionado moderno. Mesmo nos EUA, cidades como Phoenix ou Las Vegas seriam virtualmente inabitáveis sem resfriamento artificial.
Os imensos benefícios da inovação humana são igualmente evidentes no extremo oposto da escala de temperatura: quatro milhões de pessoas vivem atualmente acima do Círculo Polar Ártico, onde as temperaturas do inverno podem matar qualquer ser humano sem tecnologia de proteção suficiente — de roupas a isolamento — em uma hora.
As mudanças climáticas causarão alguns danos aos sistemas de produção de alimentos, pelo menos em algumas regiões, em comparação com um mundo sem mudanças climáticas (embora definitivamente também beneficiem algumas regiões). Mas em qualquer cabo de guerra entre o clima e a engenhosidade humana, seria aconselhável apostar na última. No último meio século, fertilizantes artificiais, irrigação, modificação genética e colheita mecanizada tornaram a agricultura muito mais resiliente contra extremos climáticos, quadruplicando a produção global de alimentos, mesmo com a Terra aquecendo em 1,2 graus Celsius. Graças à globalização do nosso sistema alimentar, as fomes são agora, em grande parte, uma coisa do passado, e as únicas que permanecem são causadas por conflitos políticos e má gestão.
Cada vez mais climatologistas estão começando a se opor ao pessimismo excessivo e, especialmente, ao derrotismo em relação ao clima, mas, francamente, eles deveriam assumir parte da culpa por enganar o público. Durante anos, publicações científicas sérias tenderam a se concentrar nas previsões mais dramáticas e nos cenários mais atípicos.
Mas agora que finalmente escapamos de milhares de anos de trabalho árduo e sofrimento e entramos em uma era de abundância, seria bizarramente autoindulgente imaginar que hoje, de todos os tempos, é o momento errado para nascer.
A segurança energética e a confiabilidade na oferta de energia elétrica aumentam a eficiência dos sistemas de ar-condicionado, climatizadores, ventiladores e aquecedores. Técnicas construtivas e materiais de revestimento bem como peças de vestuário adequadas à cada estação do ano aumentam o conforto térmico. Saneamento básico (medidas e ações que visam garantir condições de higiene e saúde pública, através do controle e tratamento de elementos ambientais como água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana) e saneamento ambiental (ações e políticas que visam a sustentabilidade e qualidade dos recursos naturais, conservação e recuperação do meio ambiente, incluindo a qualidade do ar, água, solo e a gestão de resíduos de forma sustentável, além da promoção da educação ambiental), aumentam a expectativa de vida.
Existe diferentes causas que podem nos levar à morte. Mas os extremos climáticos não estão no topo da lista. As mortes por frio são 10 vezes maiores que as mortes por calor. Porém, os extremos climáticos contribuíram direta ou indiretamente com menos de 9 % das causas de morte no mundo:

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A definição de energia é a capacidade de fazer trabalho. Sem energia, nenhum trabalho é feito. Essa realidade inescapável da física faz da energia o ingrediente invisível em tudo. A realidade inescapável de nossas vidas modernas é que tudo a que estamos acostumados usa grandes quantidades de energia.
Quando tornamos a energia mais cara, tudo se torna mais caro. Quando a energia se torna mais escassa ou menos confiável, tudo se torna mais escasso, e as cadeias de suprimentos se tornam menos confiáveis.
De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia) o mundo consumiu 654 EJ (exajoules) de energia em 2024. Equivale a 1,5620521639438 x 10^20 calorias. Individualmente equivale a 51.783 kcalorias per capita/dia. Se considerarmos que um ser humano precisa de no mínimo 1.800 kcalorias/dia, são 29 vezes o consumo diário mínimo recomendado ou 24 vezes para uma dieta de referência de 2.200 kcalorias/dia.
Se consideramos apenas os EUA os valores são impressionantes: são 176.116 kcalorias per capita/dia. Se considerarmos que um ser humano precisa de no mínimo 1.800 kcalorias/dia, são 98 vezes o consumo diário mínimo recomendado ou 80 vezes para uma dieta de referência de 2.200 kcalorias/dia.
Somos uma sociedade energointensiva, com todos os confortos proporcionados pela tecnologia moderna e cada vez mais dependentes de energia (elétrica, hidrocarbonetos – óleo e gás, biomassa etc.)
Infelizmente, muitos parecem ter esquecido que a comida não vem do supermercado e a eletricidade não vem da tomada. Para muitos, nossa abundância de comida e energia é tão boa quanto mágica – ela simplesmente aparece quando necessária. Como resultado, eles elegeram governos que trataram os produtores de alimentos e energia como párias, fazendo com que as contas de supermercado, eletricidade e aquecimento sejam mais altas do que o necessário. Essas consequências negativas continuarão até que a política melhore.
As Sete Leis do Pessimismo
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Se a vida está melhor do que nunca, por que o mundo parece tão deprimente?
Acabamos de viver um dos melhores anos da história da humanidade? Ao olharmos para 2025 pelo espelho retrovisor, acho que essa é uma afirmação defensável. Na verdade, a mesma coisa poderia ter sido dita no final de praticamente todos os anos, desde o início do milênio (com exceção dos desastrosos anos pandêmicos de 2020 e 2021). Nunca antes tantas pessoas viveram com riqueza, segurança e boa saúde.
E, no entanto, não parece assim. Há tanto horror e miséria no mundo – basta olhar para a situação na Ucrânia, em Gaza, no Sudão e no Iémen – que é difícil acreditar que, em média, o ano que passou tenha sido provavelmente o melhor ano de sempre. Então, se a vida está melhor do que nunca, por que o mundo parece tão deprimente?
Um dos culpados é a mídia. Todo bom editor sabe que “se sangrar, leva”. Se os jornais se concentram apenas nas coisas horríveis e ignoram todas as coisas boas, não é de admirar que as pessoas acabem por acreditar que o mundo está cada vez pior?
A maioria das pessoas prefere os principais meios de comunicação, que reportam obedientemente tudo o que está a correr mal no mundo – especialmente se a culpa puder ser atribuída ao outro lado do corredor político.
Mas há razões mais fundamentais pelas quais quase todos os meios de comunicação apresentam um viés de negatividade. Para entender por que as notícias são quase invariavelmente deprimentes segue uma lista das Sete Leis do Pessimismo. Esta lista pode ser um antídoto sempre que o consumo excessivo de notícias o deixar desanimado.
1. A Lei da Invisibilidade das Boas Notícias: O progresso acontece de forma gradual e imperceptível, enquanto o regresso acontece de uma só vez e imediatamente chama a nossa atenção.
Se um evento acontecer num local e num momento claramente definidos e afetar muitas pessoas ao mesmo tempo, é quase certo que envolverá algo terrível: um terramoto devastador, um ataque bombista suicida, uma quebra da bolsa de valores, um tsunami, um golpe político, um derramamento de óleo ou algo semelhante. As notícias de última hora costumam ser literalmente sobre coisas quebrando. Isto decorre da segunda lei da termodinâmica: ceteris paribus, o universo tende à desordem; é muito mais fácil destruir do que construir.
A maioria das pessoas que começam a vida desesperadamente pobres melhoram gradualmente as suas circunstâncias – mas um desastre pode enviá-las de volta ao ponto de partida. Nos últimos 30 anos, 130 mil pessoas escaparam da pobreza extrema todos os dias. Essas pessoas não acordaram uma manhã e descobriram que não eram mais pobres. Mas algumas pessoas acordam e descobrem que perderam tudo porque a sua casa foi incendiada ou uma tempestade destruiu o seu patrimônio ou a sua colheita.
Em qualquer caso, essas 130.000 pessoas que escaparam à pobreza são uma abstração estatística, e não se pode entrevistar abstrações estatísticas nos noticiários da noite. Para saber mais sobre o progresso, precisamos consultar estatísticos que vasculham os dados e fazem observações sutis com gráficos enfadonhos. Para saber mais sobre a regressão, basta ligar a TV.
Além disso, uma vez que os declínios na violência e outras formas de miséria tendem a ser graduais e imperceptíveis, enquanto os aumentos temporários tendem a ser repentinos e abruptos, é mais provável que estes últimos atraiam a atenção dos meios de comunicação social. As boas notícias são mais invisíveis quando são simplesmente a ausência de más notícias, como é frequentemente o caso.
O progresso humano depende de melhorias graduais proporcionadas por infraestruturas que funcionam silenciosamente em segundo plano, invisíveis até que algo corra mal. “O progresso transforma problemas em infraestrutura invisível”. (Jeremy Côté)
2. A Lei da Velocidade das Más Notícias: Nada viaja mais rápido que a velocidade da luz, exceto as más notícias, especialmente desde a era da comunicação de massa.
Não importa quanto progresso o mundo alcance, sempre haverá catástrofes suficientes para preencher os noticiários noturnos. E como nossos cérebros dependem da heurística da disponibilidade — ou seja, tendemos a estimar a probabilidade de um evento com base na facilidade com que trazemos à mente eventos semelhantes — superestimamos enormemente as taxas de ocorrência de roubos de carros, ataques terroristas, assassinatos brutais, ataques de tubarões e praticamente todas as catástrofes.
Então, em primeiro lugar, por que estamos tão ansiosos para receber notícias horríveis? Que tipo de pervertidos doentes somos nós?
3. A Lei do Rubbernecking: Quanto mais horríveis as notícias, mais as absorvemos.
Por que tantos motoristas esticam o pescoço para ver um acidente de carro do outro lado da estrada (um fenômeno conhecido como “rubbernecking”)? A maioria das pessoas não gosta do espetáculo de cadáveres ensanguentados e mutilados. No entanto, somos irresistivelmente atraídos por isso – tal como muitos de nós somos atraídos por notícias sobre ataques terroristas e até clicamos em vídeos dos massacres resultantes.
Não é que sejamos pervertidos ou sádicos; acontece que fomos programados para prestar atenção a coisas realmente más, especialmente se invocarem o que os psicólogos chamam de “ risco terrível ”, porque afetam um grande número de pessoas ao mesmo tempo (os exemplos incluem acidentes de avião e ataques terroristas).
As más notícias, em média, têm consequências muito mais graves para a saúde do que as boas notícias. Isto nos traz de volta à nossa primeira lei: é muito mais fácil estragar as coisas do que melhorá-las. Manchetes com palavras negativas recebem mais cliques do que aquelas contendo palavras positivas.
Sempre que vemos algo horrível, é como se nossos genes gritassem coletivamente em nossos ouvidos: “Preste atenção para que isso não aconteça com você!”
Mesmo em tempos de paz e prosperidade, muitas pessoas ficam fascinadas por profetas da destruição que predizem catástrofes iminentes. “Observei que não o homem que espera, quando os outros se desesperam, mas o homem que se desespera quando os outros têm esperança, é admirado por uma grande classe de pessoas como um sábio.” (John Stuart Mill) “Preveja sempre o pior e será aclamado como um profeta”. (Tom Lehrer)
4. A Lei da Conservação da Indignação: Não importa quanto progresso o mundo esteja a alcançar, a quantidade total de indignação permanece constante.
À medida que as sociedades se tornam mais seguras e prósperas, exigimos mais delas e gradualmente elevamos a referência para o que é considerado “seguro” ou “próspero”. Como resultado, embora estejam a acontecer menos catástrofes do que nunca, as pessoas ainda têm a impressão de que o mundo está a desabar. Além disso, quanto menos ouvimos más notícias, mais chocados ficamos quando as ouvimos.
Um dos benefícios do progresso é que você pode se dar ao luxo de ser mais exigente com o mundo; não temos que tolerar os mesmos níveis de miséria e sofrimento que já toleramos. Mas se você não perceber que está elevando seus próprios padrões, poderá ficar com a impressão de que o mundo está cada vez pior. Isto resulta na conservação da indignação: não importa quanto progresso o mundo esteja a alcançar, a quantidade total de reclamações e lamentações permanecerá praticamente constante, como vemos quando as pessoas ricas se queixam de problemas do primeiro mundo, como voos atrasados ou mau funcionamento da internet.
Algumas pessoas até buscam um suprimento constante de coisas novas para se irritar, a fim de manter um nível predefinido de desgosto pelo mundo. Muitos grupos ativistas, cuja razão de ser deriva dos males específicos que combatem, resistem ativamente a reconhecer que qualquer progresso foi feito, porque isso ameaçaria torná-los redundantes. “Nenhuma instituição de caridade jamais levantou dinheiro para sua causa dizendo que as coisas estão melhorando”. (Matt Ridley)
5. A Lei da Terrível Atração: Se você não encontrar más notícias, as más notícias o encontrarão.
Os gurus da nova era acreditam em algo chamado Lei da Atração. Se você se concentrar em pensamentos positivos, coisas boas acontecerão com você. Mas se você se preocupar com todas as coisas que podem dar errado, certamente terá câncer ou morrerá em um acidente de carro. Na maioria das vezes, é claro, o universo simplesmente não funciona dessa maneira. Os feeds de mídia social funcionam dessa maneira. Os algoritmos das redes sociais podem reforçar quaisquer preconceitos e impulsos que já temos – mesmo aqueles que desconhecemos ou que até lutamos conscientemente para superar. Assim, na era das mídias sociais, se você prestar um mínimo de atenção às más notícias, mais notícias ruins logo encontrarão você.
6. A Lei das Soluções Ocultas: Uma vez alcançada uma solução, as pessoas esquecem o problema original (e só veem problemas adicionais).
O progresso tem uma forma de se tornar invisível: simplesmente elevamos os nossos padrões para acomodar a nova normalidade. Mas esta não é a única forma pela qual o progresso se torna vítima do seu próprio sucesso. Todos os problemas são solúveis, mas cada solução dará origem a novos problemas. Se estes forem menos graves do que o problema original, chamaremos isto corretamente de “progresso” – mas apenas se nos lembrarmos da gravidade do problema original. Muitos problemas dão origem a soluções que são avanços e melhorias, mas ainda não exatamente ideais.
Dado que o progresso tende a cobrir os seus próprios rastos, as pessoas muitas vezes esquecem do problema original e concentram-se nos impactos residuais da solução.
7. A Lei da Assepsia da Luz Solar: Quanto mais livre for uma sociedade, mais coisas horríveis surgirão.
Lei de Moynihan: “A quantidade de violações dos direitos humanos num país é sempre uma função inversa da quantidade de queixas sobre violações dos direitos humanos ouvidas nesse país. Quanto maior o número de denúncias veiculadas, mais protegidos estarão os direitos humanos naquele país.” (Daniel P. Moynihan)
Nas democracias liberais as pessoas são livres de reclamar tanto de violações reais como imaginárias. Portanto, quanto mais livre for a sociedade, mais queixas ouviremos sobre opressão e abuso. Este é o paradoxo da informação do ativismo pelos direitos humanos: ao aumentarem a consciencialização sobre os abusos dos direitos humanos, os ativistas – deliberadamente ou involuntariamente – darão muitas vezes a impressão de que as práticas estavam a piorar, quando na verdade estavam a melhorar, apenas se tornando mais visível.
Muitos cidadãos livres em países ricos adoram queixar-se de toda a censura e opressão que sofrem. “Você cresceu em liberdade e pode cuspir na liberdade porque não sabe o que é não ter liberdade”. (Ayaan Hirsi Ali)
De certa forma, deveríamos celebrar o pessimismo das nossas sociedades. Se você alguma vez se encontrar em um lugar onde todos lhe dizem que seu país está marchando gloriosamente para o futuro, ou onde todos estão constantemente aplaudindo as pessoas no poder por tornarem suas vidas cada vez melhores, você pode ter certeza de que está vivendo em uma ditadura implacável onde ninguém pode dizer o que pensa.
O pessimismo confere uma vantagem final e inequívoca: faz as pessoas parecerem mais inteligentes. Se você afirma que o mundo nunca esteve em melhor forma do que está hoje, corre o risco de soar como o tolo Dr. Pangloss de Voltaire, que pensa que “tudo é para o melhor no melhor de todos os mundos possíveis” porque ele é totalmente insensível a toda a miséria e sofrimento ao seu redor.
Se você afirma que o futuro será melhor que o passado, que embora surjam novos problemas, encontraremos novas soluções para eles – assim como sempre fizemos – você pode parecer que está dando um salto de fé porque está depositando confiança em coisas que ainda nem foram inventadas. Se você se ater com muita sobriedade, sabedoria e prudência ao que é conhecido e comprovado, será necessariamente pessimista. Se você afirma que a humanidade está à beira do colapso, você soará como alguém que se atreve a enfrentar a verdade assustadora, enquanto todos os outros estão com muito medo ou são estúpidos demais para vê-la.
Mas é importante que as pessoas deem esse salto racional de fé porque o progresso não é inevitável. Não é uma lei da natureza. Se quisermos tornar o futuro ainda melhor do que o presente, precisaremos de pessoas que percebam as falácias cognitivas que as Sete Leis do Pessimismo Social encorajam. Precisaremos de pessoas que acreditem que o progresso é possível e desejável e que, portanto, estejam dispostas a trabalhar nesse sentido – mesmo que corram o risco de parecerem idiotas totais.
Conclusões
A ascensão das redes sociais como principal modo de interação fez com que supervalorizássemos as opiniões como medida de caráter. Somos agora definidos mais pelo que dizemos do que pelo que realmente fazemos, e as palavras, ao contrário dos atos, são fáceis de falsificar.
Aqui convivem cada um ao seu modo, com conflituosidade intrínseca, mutabilidade temporal e espacial, na defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida: ecologistas, ambientalistas radicais, lacradores; românticos, agnósticos, aquecimentistas, céticos, realistas climáticos, ecocentristas, extremistas, capitalistas verdes, conservacionistas, gretistas, ecossocialistas, biocentristas e os devotos da reza brava do capim de ribanceira. Porém, conforme afirmou Willian Shakespeare “os homens podem, porém, interpretar coisas ao seu modo. Livres da finalidade da coisa propriamente dita.”
Como disse o apóstolo São Paulo na Epístola aos Romanos (5:3-4): “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações (nas catástrofes ambientais, na perpetuação das disparidades existentes, na pobreza, na fome, nas doenças, no analfabetismo, na deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar), sabendo que a tribulação produz a paciência (213,4 milhões de brasileiros acordam a cada manhã com necessidades reais de alimentos, energia e materiais. Aguardamos uma definição nos últimos 525 anos, de como atender a demanda futura por recursos naturais de forma sustentável e inclusiva) e a paciência, a experiência (práticas que parecem melhorar a qualidade de vida em curto prazo podem conduzir a colapsos desastrosos em longo prazo, é uma questão de ordem tecnológica e econômica, não ideológica); e a experiência, a esperança (satisfazer as necessidades básicas, elevar o nível da vida de todos, obter ecossistemas melhor protegidos e gerenciados e construir um futuro mais próspero e seguro, onde riqueza econômica – sem ela é impossível investir em preservação ambiental – e melhoramento do planeta são faces da mesma moeda, onde a vida humana é o maior tesouro).”
Independente das suas convicções metafísicas-espirituais, de onde vem a promessa de vida no teu coração?
“O mundo não vai acabar tão cedo” reflete uma visão de esperança e continuidade, contrastando com profecias apocalípticas, o mundo, embora enfrente crises, continua a existir e a ter suas histórias, e que as pessoas podem focar em viver suas vidas plenamente. Apesar das preocupações com conflitos, crises ou profecias, a vida continua: valorize o presente e a continuidade da vida. As pessoas não precisam paralisar pelo medo, viva o presente, amando e aproveitando cada fase, como ensina a literatura e a experiência humana.
“Viva como se hoje fosse o seu último dia, um dia você acerta” é um conselho popular, incentiva a viver intensamente cada momento, priorizando o que importa, com a ideia de que, ao viver plenamente, você naturalmente fará as escolhas certas e terá uma vida plena, sem arrependimentos, pois um dia, inevitavelmente, a vida termina.
Foque no agora, valorizando cada segundo, sem adiar sonhos ou sentimentos, pois o amanhã não é garantido. Procure identificar o que realmente importa, afastando o supérfluo e buscando a felicidade e a realização pessoal. Ao viver com essa intensidade e consciência, você naturalmente tomará as decisões corretas e terá uma vida com propósito.
Max Ehrmann (1872 – 1945) foi um escritor, poeta e advogado americano de Terre Haute, Indiana, amplamente conhecido por seu poema em prosa de 1927, “Desiderata” (em latim: coisas desejadas). Ele frequentemente escrevia sobre temas espirituais. “Desiderata” (latim: ‘coisas desejadas’) é um poema em prosa de 1927 do escritor americano Max Ehrmann. Transcrevemos a seguir este poema por oferecer um guia atemporal para viver uma vida plena, ética e tranquila em meio ao caos do mundo, nos lembrando de buscar a felicidade e a harmonia, cultivando a bondade, a força interior e uma atitude positiva perante a vida, apesar de todas as suas imperfeições:
Desiderata
“Siga tranquilamente entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito. Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você:
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja,
ele é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos. Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos
e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito e você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber,
a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus, seja qual for o nome que você lhe der.
No meio do seu trabalho e nas aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade”.
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Enio Fonseca –Engenheiro Florestal, Senior Advisor em questões socioambientais, Especialização em Proteção Florestal pelo NARTC e CONAF-Chile, em Engenharia Ambiental pelo IETEC-MG, em Liderança em Gestão pela FDC, em Educação Ambiental pela UNB, MBA em Gestão de Florestas pelo IBAPE, em Gestão Empresarial pela FGV, Conselheiro do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico, FMASE, foi Superintendente do IBAMA em MG, Superintendente de Gestão Ambiental do Grupo Cemig, Chefe do Departamento de Fiscalização e Controle Florestal do IEF, Conselheiro no Conselho de Política Ambiental do Estado de MG, Ex Presidente FMASE, founder da PACK OF WOLVES Assessoria Ambiental, foi Gestor Sustentabilidade Associação Mineradores de Ferro do Brasil e atual Diretor Meio Ambiente e Relações Institucionais da SAM Metais. Membro do Ibrades, Abdem, Adimin, Alagro, Sucesu, CEMA e CEP&G/ FIEMG e articulista do Canal direitoambiental.com.
Decio Michellis Jr. – Licenciado em Eletrotécnica, com MBA em Gestão Estratégica Socioambiental em Infraestrutura, extensão em Gestão de Recursos de Defesa e extensão em Direito da Energia Elétrica, é Coordenador do Comitê de Inovação e Competitividade da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica – ABCE, assessor técnico do Fórum do Meio Ambiente do Setor Elétrico – FMASE e especialista na gestão de riscos em projetos de financiamento na modalidade Project Finance.
Autor de 27 e-books e coautor de 25 e-books. As 25 publicações mais relevantes estão disponíveis para download gratuito em Independent academia
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