Segundo pesquisador, minhocões são usados para pesca de peixes grandes, com jaús e pintados
Dois homens que se preparavam para uma pescaria foram multados em R$ 31 mil pela Polícia Ambiental após serem surpreendidos na última sexta-feira (3) capturando minhocas raras, encontradas somente no solo de Ibirá (417 km de São Paulo).
De acordo com o soldado ambiental Egivan Paes, 42, a dupla tinha aprisionado 62 exemplares e, por causa disso, vai pagar R$ 500 por animal. Os dois pescadores também responderão inquérito por crime ambiental.
As minhocas de Ibirá, que levam o nome científico de Glossoscolex grandis ibirai, são conhecidas popularmente como “minhocuçu” e podem atingir o tamanho de até 28 centímetros em estado normal.
Distendidas, podem chegar a 40 centímetros, segundo o pesquisador Luiz Dino Vizotto, 82, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo).
A minhoca de Ibirá foi descrita pela primeira vez em 1966, segundo Vizotto, e ocorre no município devido às características do solo, que é muito alcalino e rico de matéria orgânica. Anteriormente, segundo o pesquisador, acreditava-se que a espécie existia somente em Passo Fundo (280 km de Porto Alegre).
Jaús e pintados – “Essa de Ibirá é uma subespécie da de Passo Fundo. A maneira abusiva como estão capturando esses animais pode torná-los extintos. Os dejetos deles são ótimo adubo para o solo”, afirmou Vizotto.
De acordo com o pesquisador, os minhocões são usados para pesca de peixes grandes, com jaús e pintados. “Devido ao tamanho, eles são enroladas nos anzóis, em vez de enfiados, como tradicionalmente se faz.”
O pesquisador afirmou que, apesar do tamanho, no Brasil existem espécies de minhocas maiores do que as de Ibirá. “Na Amazônia, há uma espécie que chega a 2,1 metros, e, em Piracicaba, 1,2 metro”, disse. (Fonte: UOL)