O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançou nesta terça-feira (6), no município de Curaçá, a 590 km de Salvador, o Projeto Ararinha-Azul na Natureza. Trata-se de um plano para devolver ao meio ambiente a ave que só existia no Brasil e, desde 1994, passou a ser enquadrada como “criticamente ameaçada” de extinção na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), a entidade que cataloga as espécies em risco de extinção. No cinema, a ararinha-azul é a espécie que protagonizou a animação Rio, sobre as aventuras do pássaro Blu, levada ilegalmente para os Estados Unidos.
Na vida real, essas aves da família dos psitacídeos, com 57 cm, plumagem azul, cauda longa e asas estreitas são alvo do tráfico de animais e da devastação da natureza. A última ararinha-azul foi avistada em 1990, solitária no alto de um galho seco de uma caraibeira, árvore preferida para a composição dos ninhos, em Curaçá. Sem coincidência, a mesma cidade baiana escolhida para o lançamento do projeto nesta terça.
A Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP), do Qatar, colabora com 60 das 80 aves que participarão do projeto. Com biólogos especialistas na vida desse animal, a instituição comprou a fazenda Concórdia, onde foi avistada a última ararinha-azul, e poderá transformar seus 2.380 hectares em reservas particulares do patrimônio natural (RPPN).
A reintrodução obedecerá o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul, com rigorosas etapas a serem cumpridas. Ele tem prazo de vigência até 2017, com execução de estratégias, recuperação de habitat no local da ocorrência histórica (Curaçá) para início da reintrodução das aves em 2021. Até lá, etapas deverão ser atingidas, como o aumento da população em cativeiro e a recuperação da Caatinga.
O Centro de Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) da Caatinga, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), também começará a participar do projeto. O Crad foi criado como parte das medidas compensatórias da obra de transposição do Rio São Francisco e criou a maior reserva de sementes e conhecimento sobre a Caatinga – o único bioma exclusivamente brasileiro e, em contraposição.
Fonte: Portal Terra